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Por que os adolescentes são egoístas? Entenda as causas e descubra como ajudar

  • Paloma Garcia
  • 14 de jan.
  • 12 min de leitura

A adolescência é uma fase marcada por transformações intensas, tanto no aspecto físico quanto no emocional e social. Durante esse período, é comum que comportamentos antes considerados equilibrados se tornem mais desafiadores, como é o caso do egoísmo.


Mas o que, afinal, significa ser egoísta na adolescência? E por que esse comportamento se torna mais evidente nessa etapa da vida?

O que é egoísmo e como ele se manifesta?


O egoísmo é frequentemente definido como o comportamento de priorizar os próprios interesses, necessidades e desejos em detrimento dos outros. Do ponto de vista psicológico, ele pode ser entendido como uma resposta natural ao desejo de autopreservação e busca de autonomia. Contudo, na adolescência, esse comportamento tende a ser intensificado por transformações biológicas e sociais.


Enquanto o egocentrismo se refere à incapacidade de diferenciar a própria perspectiva da dos outros, característica das primeiras etapas do desenvolvimento cognitivo (Piaget, 1958), o egoísmo é uma escolha consciente. Um adolescente egoísta, por exemplo, pode decidir não compartilhar seus materiais escolares, não por falta de empatia, mas porque julga que sua necessidade é mais urgente ou importante.


Grupo de adolescentes interagindo em ambiente descontraído

Manifestações comuns de egoísmo na adolescência:


  • Preferir compromissos sociais a eventos familiares, mesmo sabendo da importância emocional desses momentos para os pais.

  • Exigir que as próprias vontades sejam priorizadas em situações coletivas, como escolher o programa do fim de semana da família.

  • Recusar-se a dividir recursos ou tempo, justificando-se com argumentos de necessidade própria.


Por que o egoísmo é central na adolescência?


Estudar o egoísmo na adolescência é essencial para entender a dinâmica dessa fase e seus impactos na vida dos jovens e suas famílias. Essa etapa é marcada pela busca por autonomia e pelo desejo de experimentar novos papéis sociais, o que frequentemente leva os adolescentes a priorizarem suas próprias necessidades. Isso não é necessariamente negativo; ao contrário, pode ser um mecanismo de fortalecimento da identidade.


De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2021), cerca de 70% dos adolescentes entrevistados relatam dificuldades em equilibrar suas próprias necessidades com as dos outros. Esse dado ressalta a importância de compreender e abordar o egoísmo de forma construtiva.


Embora frequentemente interpretado como um traço negativo, o egoísmo pode ser visto como um aspecto natural e até necessário do desenvolvimento humano.


1. Egoísmo na adolescência: Uma perspectiva neurobiológica


A adolescência é uma fase marcada por profundas transformações no cérebro, que desempenham um papel central na formação de comportamentos, incluindo o egoísmo. Essas mudanças neurobiológicas, fundamentais para o desenvolvimento, podem dificultar a regulação emocional, a empatia e a tomada de decisões conscientes, contribuindo para comportamentos autocentrados característicos desse período.


O papel do cérebro no comportamento adolescente


O cérebro adolescente está em constante remodelação, moldando não apenas habilidades cognitivas, mas também emoções e comportamentos. Essas mudanças ocorrem de maneira desigual:


  • O sistema límbico, responsável pelas emoções e impulsos, amadurece rapidamente.

  • O córtex pré-frontal, que regula a tomada de decisões e o controle emocional, demora mais para atingir sua maturidade.


Essa disparidade cria uma “lacuna funcional”, onde emoções intensas e respostas impulsivas comandadas pelo sistema límbico não encontram regulação adequada pelo córtex pré-frontal. Além disso, a dopamina — neurotransmissor relacionado ao prazer e à recompensa — está particularmente ativa nessa fase. Essa hiperatividade do sistema dopaminérgico amplifica a busca por gratificação imediata, favorecendo comportamentos egoístas.


Blakemore (2018) destaca que essas alterações cerebrais, somadas a fatores sociais e hormonais, contribuem para o aumento do comportamento autocentrado típico da adolescência.


O sistema límbico: emoções e impulsos no controle do egoísmo


O sistema límbico, localizado na região central do cérebro, é uma estrutura crucial para o processamento emocional e a regulação de comportamentos impulsivos. Durante a adolescência, ele se torna hiperativo, intensificando respostas emocionais e dificultando o controle de impulsos.


Componentes-chave do sistema límbico e sua relação com o egoísmo:


  • Amígdala: Processa emoções como medo, raiva e prazer. Na adolescência, sua hiperatividade pode gerar reações desproporcionais a situações comuns.

    • Exemplo: Um adolescente que responde com raiva intensa a uma crítica construtiva, focando apenas em como foi afetado emocionalmente.


  • Hipocampo: Armazena memórias emocionais, intensificando a percepção de experiências negativas e reforçando um foco excessivo em si mesmo.

    • Exemplo: Após uma rejeição social, o jovem pode acreditar que ninguém o compreende ou valoriza, revivendo a situação de forma exagerada.


Steinberg (2014) argumenta que a combinação da hiperatividade do sistema límbico e da imaturidade do córtex pré-frontal contribui para o desequilíbrio entre as próprias necessidades e as dos outros, reforçando o comportamento egoísta.


O córtex pré-frontal: a regulação em desenvolvimento


Enquanto o sistema límbico age como um "acelerador emocional", o córtex pré-frontal funciona como o "freio racional". Localizado na região frontal do cérebro, ele é responsável por:


  • Tomada de decisão: Avaliação de riscos e consequências a longo prazo.

  • Regulação emocional: Controle de impulsos e moderação de reações emocionais.


No entanto, essa área ainda está em desenvolvimento durante a adolescência, o que limita a capacidade dos jovens de planejar suas ações e considerar o impacto delas nos outros.


Exemplo:

  • Um adolescente pode preferir satisfazer um desejo imediato, como jogar videogames por horas, mesmo que isso interfira em suas responsabilidades escolares.

  • Pode também se recusar a compartilhar algo com amigos ou familiares, justificando que "precisa mais", sem considerar o impacto de sua decisão.


Blakemore (2018) e Casey & Caudle (2013) apontam que o córtex pré-frontal só atinge sua maturidade completa no início da terceira década de vida, o que explica a prevalência de comportamentos impulsivos e egoístas na adolescência.


A poda sináptica: tornando o cérebro mais eficiente


A poda sináptica é um processo de refinamento cerebral, no qual conexões neurais pouco utilizadas são eliminadas, fortalecendo as mais ativas. Esse fenômeno, crucial para a eficiência cerebral, ocorre principalmente durante a adolescência, reorganizando redes neurais ligadas à autorreflexão e ao pensamento abstrato.


Impactos da poda sináptica no egoísmo


  • Foco ampliado em si mesmo: A priorização de redes neurais relacionadas à introspecção leva os adolescentes a analisarem excessivamente como os eventos os afetam pessoalmente.

    • Exemplo: Interpretar um comentário genérico de um professor como uma crítica direta e injusta.


  • Concentração em interesses próprios: A eficiência cerebral reforça o pensamento autocentrado, fazendo com que os jovens priorizem suas próprias necessidades e interesses.

    • Exemplo: Preferir atividades individuais, como assistir a séries, ao invés de participar de eventos sociais.


Embora a poda sináptica aumente a eficiência cerebral, ela também intensifica o comportamento egoísta, pois os jovens tendem a se concentrar em suas próprias experiências e necessidades.


"Entender o cérebro adolescente é a chave para apoiar os jovens em sua jornada para a maturidade."

2. Conectando Teorias: Egoísmo na Adolescência


O comportamento egoísta dos adolescentes é frequentemente mal interpretado como falta de caráter ou rebeldia. No entanto, ele está profundamente enraizado nos processos de desenvolvimento típicos dessa fase. Entender o egoísmo sob uma perspectiva interdisciplinar nos permite abordar o tema com empatia e embasamento científico.


As diferentes teorias apresentam ângulos complementares:


  • Cognitivo (Piaget): Egocentrismo como parte do desenvolvimento do pensamento abstrato.

  • Psicossocial (Erikson): Foco no "eu" como uma etapa natural da formação de identidade.

  • Social (Bandura): Influências externas moldam comportamentos egoístas.

  • Neurobiológico (Elkind): Mudanças cerebrais amplificam o foco no próprio indivíduo.


O Egocentrismo cognitivo de Jean Piaget


Jean Piaget, ao estudar o desenvolvimento cognitivo, identificou que a adolescência marca a transição para o estágio das operações formais, no qual os jovens adquirem a capacidade de pensar de maneira abstrata e introspectiva. Contudo, essa introspecção intensa pode levar ao que ele descreveu como egocentrismo cognitivo: uma dificuldade em diferenciar sua perspectiva da dos outros.


Principais características do egocentrismo cognitivo:


  • Público imaginário: A sensação de que todos estão observando e julgando o adolescente constantemente.

    • Exemplo: Um jovem que acredita que todos na escola notaram sua roupa amarrotada, mesmo que ninguém tenha reparado.


  • Fábula pessoal: A crença de que suas experiências são únicas e incompreensíveis.

    • Exemplo: Após um término de relacionamento, o adolescente pode afirmar: "Ninguém jamais entenderá como eu me sinto."


Esses conceitos, aprofundados por David Elkind, mostram que o comportamento egoísta não é uma falha moral, mas uma característica transitória do desenvolvimento cognitivo.


O público imaginário reforça o foco excessivo no "eu", pois o adolescente acredita estar constantemente sob os holofotes. Isso pode dificultar a empatia, já que sua energia está direcionada à própria imagem e percepção. A fábula pessoal, por sua vez, contribui para uma visão distorcida da realidade, ampliando a autoconsciência e justificando ações egoístas.


A Busca por identidade de Erik Erikson


Erik Erikson descreveu a adolescência como o estágio do conflito entre identidade e confusão de papéis, um momento crucial em que o jovem tenta definir quem é e qual é seu lugar no mundo. Durante essa fase, os adolescentes frequentemente priorizam suas próprias necessidades e desejos, o que pode ser interpretado como egoísmo.


Como o conflito identidade X confusão de papéis molda o egoísmo?


  • O adolescente experimenta papéis diferentes para formar sua identidade, o que pode levar a uma autoabsorção temporária.

  • A dificuldade em aceitar críticas ou perspectivas alheias reflete a fragilidade da identidade em construção.


    Exemplo : Um adolescente que insiste em expressar opiniões contrárias às da família como forma de afirmar sua independência, mesmo que isso gere conflitos.


A Aprendizagem social de Albert Bandura


Albert Bandura destacou o papel da aprendizagem social, mostrando que os adolescentes aprendem observando e imitando comportamentos, especialmente de figuras que consideram influentes. Na era digital, esse processo é intensificado pelas redes sociais, onde comportamentos autocentrados frequentemente recebem validação instantânea.


Como a aprendizagem social alimenta o egoísmo:


  • Modelagem: Os jovens imitam comportamentos egoístas que observam sendo recompensados em influenciadores, amigos ou familiares.

  • Validação social: Redes sociais oferecem reforço imediato, como curtidas e comentários, promovendo comportamentos autocentrados.


Compreender o egoísmo adolescente como um reflexo das interações entre cognição, psicologia, sociedade e biologia nos ajuda a abordar o tema com empatia e estratégias eficazes. Essa visão integrada permite que pais, educadores e terapeutas compreendam o comportamento egoísta não como um problema, mas como um estágio transitório e necessário para o amadurecimento.


"O egoísmo na adolescência é mais do que um comportamento desafiador; ele é uma oportunidade de crescimento, tanto para o jovem quanto para aqueles que o cercam."

3. Os Impactos do egoísmo na adolescência: Família, escola e sociedade


O comportamento egoísta não acontece isoladamente; ele reflete uma interação dinâmica entre o indivíduo e o ambiente. Na adolescência, essa interação se intensifica, pois o jovem busca autonomia e identidade. Embora o egoísmo seja frequentemente percebido como um traço negativo, ele desempenha um papel essencial no desenvolvimento emocional e social.


Estudos indicam que até 85% dos adolescentes experimentam conflitos familiares ou sociais relacionados ao foco excessivo em si mesmos (OMS, 2021). Isso evidencia a necessidade de compreender como o egoísmo se manifesta em diferentes contextos e como ele pode ser gerido de maneira construtiva.


Relações Pais-Filhos


A família é o primeiro espaço onde o egoísmo adolescente se manifesta de forma intensa. O foco em suas próprias necessidades e desejos frequentemente gera conflitos e desafios na comunicação entre pais e filhos.


  • Resistência a regras: O adolescente pode interpretar os limites impostos pelos pais como uma tentativa de controle excessivo.

    • Exemplo: "Por que preciso estar em casa às 22h? Meus amigos ficam fora até mais tarde!"


  • Percepção de injustiça: O jovem pode acreditar que está sendo tratado de maneira desigual em relação a irmãos ou colegas.

    • Exemplo: "Vocês sempre deixam meu irmão sair e nunca me deixam!"


  • Expectativas irreais dos pais: Muitas vezes, os pais esperam maturidade emocional precoce, ignorando que o comportamento egoísta é parte do desenvolvimento típico. Reconhecer isso ajuda a reduzir frustrações.


Efeitos no Desempenho e na Socialização


O ambiente escolar é outro palco onde o egoísmo adolescente se manifesta, influenciando o desempenho acadêmico, os relacionamentos com colegas e professores e a participação em atividades coletivas.


  • Desempenho acadêmico: O foco exagerado em si mesmo pode gerar ansiedade e desmotivação.

    • Exemplo: Um adolescente que recebe uma nota ruim pode interpretá-la como um fracasso total, comprometendo seu desempenho futuro.


  • Relacionamento com professores / Resistência à autoridade: A tendência de desafiar críticas construtivas pode ser vista como desrespeito.

    • Exemplo: "Esse trabalho é desnecessário. Eu não preciso disso para aprender!"


  • Trabalhos em equipe: O egoísmo pode dificultar a colaboração, especialmente se o jovem monopoliza discussões ou não considera as ideias dos outros.

    • Exemplo: "Minha ideia é a melhor. Vamos fazer do meu jeito!"


Amizades: Desafios e Potenciais


As amizades são cruciais para os adolescentes, mas o egoísmo pode gerar conflitos e tensões. Ao mesmo tempo, quando bem direcionado, ele pode contribuir para o estabelecimento de limites saudáveis.


  • Falta de reciprocidade: O adolescente pode priorizar suas necessidades, ignorando as dos amigos.

    • Exemplo: "Você nunca me ouve, só fala sobre seus próprios problemas!"


  • Conflitos frequentes: A dificuldade em ceder ou aceitar opiniões divergentes pode causar rupturas.


  • Estabelecimento de limites: Quando o egoísmo é equilibrado, ele pode ajudar o jovem a proteger sua individualidade sem prejudicar as relações.

    • Exemplo: Um adolescente que aprende a dizer "não" quando se sente sobrecarregado por demandas sociais.


"Compreender os impactos do egoísmo é o primeiro passo para transformar desafios em oportunidades de conexão e aprendizado."

4. Estratégias eficazes para lidar com o egoísmo adolescente


O egoísmo adolescente frequentemente reflete as mudanças cognitivas, emocionais e sociais que marcam essa etapa. É importante compreender que ele não é uma falha de caráter, mas parte do desenvolvimento natural do indivíduo. Erik Erikson, em sua teoria do desenvolvimento psicossocial, descreve a adolescência como um período de busca por identidade, onde os jovens frequentemente priorizam suas próprias necessidades enquanto constroem uma visão sobre si mesmos e seu lugar no mundo.

Pai e adolescente conversando de forma calma e respeitosa

Comunicação Empática: Como criar um diálogo aberto e respeitoso


O que é Comunicação Empática?

Comunicação empática é uma abordagem baseada no reconhecimento e validação das emoções do outro, promovendo um diálogo aberto e respeitoso. Segundo Marshall Rosenberg, criador da Comunicação Não Violenta (CNV), a empatia envolve ouvir com atenção plena, sem julgamento, buscando compreender as necessidades por trás das palavras.


Escuta Ativa: O Pilar da comunicação empática


A escuta ativa é uma técnica essencial para a comunicação empática. Desenvolvida por Carl Rogers, um dos pioneiros da psicologia humanista, a escuta ativa exige que o ouvinte se concentre genuinamente no que o outro está dizendo, demonstrando interesse e compreensão.


Como praticar a escuta ativa?


  • Atenção plena: Elimine distrações e foque no adolescente.


  • Parafrasear: Repita o que ouviu para confirmar entendimento.

    • Exemplo: "Você está dizendo que se sente sobrecarregado com as tarefas escolares, certo?"


  • Validar emoções: Reconheça os sentimentos sem julgamento.

    • Exemplo: "Entendo que isso deve ser frustrante para você."


Definição de limites: Como estabelecer regras com respeito e consistência


Por que limites são importantes?

Limites claros ajudam adolescentes a entender as expectativas dos pais enquanto desenvolvem autonomia. Limites consistentes promovem segurança emocional e auxiliam na formação de responsabilidade.


Como estabelecer limites de forma respeitosa?


  • Explique as regras: Adolescentes precisam compreender o propósito das regras para se engajarem.

    • Exemplo: "Essa regra existe porque queremos garantir sua segurança ao voltar para casa à noite."


  • Use consequências lógicas: Ao invés de punições punitivas, aplique consequências relacionadas ao comportamento.

    • Exemplo: "Se você não organizar seu material, poderá esquecer algo importante para a escola."


  • Seja consistente: Regras inconsistentes geram confusão e frustração. Ajuste apenas quando o adolescente demonstrar maturidade.


Estímulo à Empatia: Como desenvolver a compreensão pelos outros


O que é empatia e por que é importante?

Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo suas emoções e perspectivas. Daniel Goleman, em Inteligência Emocional, destaca a empatia como uma habilidade essencial para relações saudáveis e para a formação de indivíduos socialmente responsáveis.


Estratégias para estimular a Empatia


  • Ajude a identificar emoções: Converse sobre como as ações do adolescente podem afetar os outros.

    • Exemplo: "Quando você se recusou a compartilhar com seu irmão, como acha que ele se sentiu?"


  • Promova atividades altruístas: Incentive o envolvimento em ações de voluntariado, mostrando o impacto positivo de ajudar os outros.

    • Exemplo: Participar de doações ou ajudar em causas comunitárias.


  • Modelagem empática: Demonstre empatia no dia a dia, como ouvindo com atenção e oferecendo ajuda quando necessário.


Conclusão


O egoísmo adolescente, embora desafiador, é uma característica natural e transitória dessa fase de desenvolvimento. Ele reflete transformações neurobiológicas, a busca por identidade e a exploração de autonomia. Longe de ser apenas um comportamento negativo, o egoísmo pode se tornar uma ferramenta valiosa para o crescimento emocional e social, desde que seja manejado com empatia e estratégias adequadas. Compreender as bases científicas e os impactos do egoísmo permite que pais, educadores e cuidadores ofereçam suporte efetivo, ajudando os jovens a equilibrar suas necessidades pessoais com as dos outros e a desenvolver empatia, responsabilidade e habilidades relacionais.


Indicação de livros para pais e cuidadores


Os livros listados abaixo foram selecionados por sua relevância no entendimento do comportamento adolescente, incluindo o egoísmo, e oferecem estratégias práticas para pais e cuidadores. 


  • Cérebro Adolescente Autor: Daniel J. Siegel. Este livro explora as transformações cerebrais durante a adolescência, oferecendo insights sobre comportamentos impulsivos e autocentrados. Disponível em livrarias online e físicas.


  • Adolescência Normal: Um Enfoque Psicanalítico Autora: Louise J. Kaplan. Este clássico da psicologia aborda os conflitos internos típicos da adolescência, mostrando como a formação da identidade pode influenciar comportamentos autocentrados.


  • O Adolescente e Seus Dilemas: Orientação para Pais e Educadores Organizadora: Marilda Emmanuel Novaes Lipp. Este livro reúne especialistas que discutem diversos aspectos da adolescência, oferecendo orientações valiosas para lidar com comportamentos desafiadores.


  • Pais (não) Nascem Prontos: Adolescentes Autores: Diversos especialistas. Esta obra aborda a adolescência sob diversas perspectivas, incluindo medicina, psicologia e neurociência, auxiliando pais a compreenderem e lidarem com os desafios dessa fase.


  • Filhos Adultos de Pais Emocionalmente Imaturos Autora: Lindsay C. Gibson. Embora focado em adultos, este livro oferece insights sobre como a imaturidade emocional dos pais pode afetar o desenvolvimento dos filhos, incluindo durante a adolescência.



Indicação de ferramentas digitais


Aplicativos para regulação emocional


  • Calm e Headspace: Promovem técnicas de mindfulness para reduzir o estresse.

  • Reflectly: Diário emotional digital para jovens.


Ferramentas para gestão de tempo e limites


  • Google Family Link: Monitora e gerencia o uso de dispositivos.

  • Our Pact: Ajuda a criar horários de uso de aplicativos.

  • Forest: Incentiva o foco, reduzindo distrações digitais.



Referências Bibliográficas 

BLAKEMORE, Sarah-Jayne. Inventando Nós Mesmos: A Vida Secreta do Cérebro Adolescente. PublicAffairs, 2018. Disponível em português como Aventuras no Cérebro Adolescente. São Paulo: Editora Contexto, 2019.

CASEY, B. J.; CAUDLE, K. The Teenage Brain: Self Control. Current Directions in Psychological Science, v. 22, n. 2, p. 82–87, 2013.

ELKIND, David. Egocentrism in Adolescence. Child Development, v. 38, n. 4, p. 1025–1034, 1967. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/1127100.

ERIKSON, Erik H. Identidade: Juventude e Crise. New York: W. W. Norton & Company, 1968.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: Por que ela pode importar mais do que o QI. New York: Bantam Books, 1995.

PIAGET, Jean. The Growth of Logical Thinking from Childhood to Adolescence. New York: Basic Books, 1958.

PRZYBYLSKI, Andrew K.; WEINSTEIN, Netta. Digital Screen Time Limits and Young Adolescents' Mental Well-Being: Evidence From a Population-Based Study. Psychological Science, v. 28, n. 2, p. 204–215, 2017.

ROGERS, Carl R. Tornar-se Pessoa: Um Psicoterapeuta vê a Psicoterapia. New York: Houghton Mifflin Harcourt, 1961.

ROSENBERG, Marshall B. Comunicação Não Violenta: Técnicas para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais. Encinitas: PuddleDancer Press, 2003.

STEINBERG, Laurence. A Era da Oportunidade: Lições da Nova Ciência da Adolescência. Boston: Houghton Mifflin Harcourt, 2014.

UNICEF. Relatórios sobre Adolescência e Saúde Mental. Disponível em: https://www.unicef.org/.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Adolescent Mental Health. Fact Sheet, 2021. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/adolescent-mental-health.


Referências de Aplicativos

CALM. Plataforma de meditação e mindfulness. Disponível em: https://www.calm.com/

FOREST. Aplicativo para foco e redução de distrações digitais. Disponível em: https://www.forestapp.cc/

GOOGLE FAMILY LINK. Ferramenta para gestão de dispositivos digitais. Disponível em: https://families.google.com/familylink/

HEADSPACE. Aplicativo de meditação guiada e regulação emocional. Disponível em: https://www.headspace.com/

OUR PACT. Aplicativo para monitorar e limitar o uso de dispositivos digitais. Disponível em: https://ourpact.com/.

REFLECTLY. Diário emocional digital para jovens. Disponível em: https://reflectly.app/


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